NÃO EQUACIONE, RESOLVA !
Equacionar significa apreciar,avaliar, ponderar.
De maneira geral é isso que fazemos quando equacionamos os nossos problemas.
Eu não sei bem porque, mas algumas situações viram modismos, adaptamos vocabulários e estratégias de ciências que estudamos para o nosso cotidiano no afã de facilitar a nossa vida.
Curiosamente esquecemos que viver é um exercício inovador a todo momento e quanto mais regras, mais equações, mais planilhas , mais dados, mais nos iludimos achando que somos capazes de controlar tudo e todos.
Não há incoerência quando dizemos que somos responsáveis pelo futuro e que devemos assumir o caminho que a nossa própria vida toma, o que deve ficar claro é que somos co-criadores do nosso destino o que difere muito do conceito de ser criador do próprio destino e do destino do que não nos pertence. O que nos pertence é exatamente as nossas ações, atitudes e emoções,todo o resto – emprego , ser amado, filhos, contas, bens materiais, roupas, carros – são propriedades circunstanciais, não está na nossa mão o PODER de controlar. Essas coisa e pessoas que estão à nossa volta estão sujeitas à lei de ação e reação.
Em síntese: só posso mudar a mim mesma, só posso controlar a mim mesma e isso já é demais trabalhoso para ter a pretensão de ser dono de alguém ou alguma coisa.
Quase sempre perdemos muito tempo equacionando dados para criar meios de controle, e algumas vezes até conseguimos.
A questão é – Prá que?
Controlar está intimamente amarrado no conceito de resolver?
Você já se perguntou o que vai fazer com tanto controle?
E esse tempo todo que você ficou isolado ou em equipe discutindo e levantando dados, foi produtivo para a SUA VIDA? O que você conseguiu de resultado prático foi correspondente ao trabalho e gasto de energia dispensado por você na elaboração da equação proposta?
Sei que os mais íntimos das ciências exatas ou os mais céticos devem estar balançando a cabeça de um lado para o outro, num claro sinal de discordância. Milhões de argumentos embasam a necessidade de se estudar profundamente um fato para traçar o melhor caminho ou até mesmo um inovador caminho. Eu não contesto essa teoria, só questiono quando aplicamos isso de maneira sistemática e “engessada” em dados racionais, sem uma pitada de humor, uma colherinha de ousadia, e uma colher bem cheia de sonho.
Parece bobagem?
Pense que qualquer sistema de produção na natureza segue princípios básicos de disciplina e sequenciamento impulsionado pelo instinto. As colônias de insetos, os agrupamentos de indivíduos da mesma espécie são bons exemplos de que tudo funciona naturalmente e quando interferimos, na maioria das vezes, causamos uma destabilização absorvida através de um processo de adaptação que também é instintivo.
Nós , seres humanos, trazemos o legado do instinto, e nos descuidamos um pouco dessa habilidade natural sufocando-a com teorias absorvidas em bancos escolares, dissociada de vivência prática.
Talvez devêssemos buscar o equilíbrio entre a razão e a emoção, entre teoria e intuição, realidade e sonho. Acredito que equacionar é interessante até onde não nos percamos em um banco de dados estéreis e paralisantes, e assim que nos percebermos “andando em circulo” é porque está na hora de resolver. Em alguns momentos é muito prudente arrebentar as nossas amarras, abrir mão do controle e deixar que o Universo faça a sua parte, viajar pelo instinto, sentir o direito de ousar, perceber e dar vazão à própria emoção também pode ser um bom caminho para resolver um problema.
Pense sobre isso!