Por Maria Inês Campos

Há dias tenho vontade de postar alguma coisa sobre o amor maduro, falar um pouco sobre as vantagens e desvantagens de amar de maneira adulta e serena.

Penso sobre o assunto.

Entro e saio pela porta da vontade várias vezes. Ora acho que o tema é inoportuno para um blog que tem como objetivo desvendar, propagar e semear as técnicas de coaching como recurso para viver bem, ora reflito sobre o quanto amar com clareza e determinação pode contribuir para o bem viver.

Assim, indo de um lado ao outro, fui pesquisar um pouco sobre o tema e para minha frustração me deparei com inúmeros textos que tinha essa  abordagem. Muitos com talento e propriedade e assim mais uma vez tive que aceitar que sou uma mocinha inteligente, criativa, inovadora e modesta, mas mesmo com tantos talentos essa ideia em especial não era tão criativa assim. Decido, que mesmo consciente de que o tema proposto é exaustivamente tratado e relatado ,que devo insistir nessa intenção.

Hoje sou uma mulher madura emocionalmente e quando disse que eu era uma mocinha foi mentirinha, alcancei essa maturidade passando por todas as fases necessárias para sedimentar esse aprendizado. Claro, poderão alguns incautos leitores concluir, claro que é madura emocionalmente, se é adulta é madura. Engano de vocês, digo eu, idade é uma coisa e maturidade é outra, e nem sempre estão juntas em uma única pessoa.

Bom, vamos ao que interessa, ou melhor, vamos ao tema deste post :

Para apreciarmos algo é necessário que tenhamos experiências diversas sobre o tema, com a finalidade  de traçarmos um paralelo entre uma e outra coisa. Em resumo, só aprecia um amor maduro quem já vivenciou relações imaturas.

Na adolescência somos tomados por paixões onde o sentimento se mistura a processos hormonais, psicopatias de auto-afirmação, de contestação sistemática, valorização da aparência, necessidade de possuir o objeto de desejo e outros  tantos conceitos próprios da fase etária. Algumas pessoas, uma boa parcela, eu diria, continuam passando pela vida sem muito amadurecimento emocional. Crescemos como profissionais, crescemos adquirindo conhecimento, crescemos pela dor  e muito pouca atenção damos aos sentimentos que pertencem ao nosso mais profundo EU.

Refletir, pensar produtivamente sobre si mesmo, analisar ações e reações podem trazer à tona emoções que teimamos em esconder através de disfarces grosseiros ou até mesmo com o consumo desenfreado de ansiolíticos, antidepressivos e calmantes; algumas pessoas encontram esconderijo perfeito nos dogmas de uma pseudo religiosidade e assim deixam de amadurecer emocionalmente.

Ai, ai ,ai….  conheço pessoas que estão entre 50 e 60 anos e ainda correm atrás de emoções que viveram em “idade mais tenra”, como se isso fosse trazer o viço do passado… rsrsrs….

Outras abdicam da felicidade de amar e serem amadas por rotularem essas vivencias como sendo de menor importância, ou se ocupando excessivamente do trabalho, da busca pelo conforto material seu e de seus descendentes, deixando o tempo escorrer como numa obra de Salvador Dali.

O amor de gente grande é tão bom e bonito quanto o amor de adolescente, ele só troca a adrenalina pelo prazer sábio da certeza. Certeza de ser dono de si mesmo e que o outro é dono da própria vida, certeza de amar pelo prazer de amar, certeza que um sentimento sólido estará sempre imune às interferências externas e quando já não valer a pena irá se transformar em uma boa lembrança para colorir os nossos dias futuros. Ah! E tem a certeza também que a felicidade é infinitamente mais gostosa que a euforia, a alegria sem excessos de adrenalina dura muito mais.

O amor de gente grande só tem um obstáculo:- ele não aceita ser construído levianamente, suas bases devem ser coerentes, não podem sofrer a interferência do poder material ou mundano, precisa de admiração mútua e uma pitadinha de criancice para dar pulinhos de alegria quando o telefone tocar, rir sozinho sem ninguém entender, e querer acordar no dia seguinte só pra ver mais um pouquinho….. E quem disse que para isso é necessário o vigor dos adolescentes? E quem disse que uma pessoa de vinte anos, dezessetes anos, por exemplo, não pode viver um amor maduro? Amar está diretamente ligado a amar e não tem nada a ver com sofrer.

A relação entre sofrimento e merecimento são bobagens criadas pelos manipuladores das grandes massas, como forma de subjugar o outro, dando um sentido nobre para o sofrer, como se sofrer fosse a moeda de troca usada por Deus, ou mesmo moeda que apaga nossos enganos e repara nossos atos. Não acredite nisso, ser feliz é o mínimo que podemos fazer pelas pessoas que amamos.

Comentários em: "AMOR DE GENTE GRANDE" (6)

  1. Sandra Pereira disse:

    Amei esse texto! Realmente o amor maduro tem muitas vantagens… E traz um pouco da alegria da nossa criança, do nosso adolescente, mas muito mais tranquilo e consistente.
    Obrigada pelo tema!!!

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  2. Que delícia de texto!

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  3. Marcia Arruda disse:

    Voce conseguiu descrever o amor da forma que todos nós buscamos…Buscamos sempre encontrar um amor assim para colorir a nossa vida.

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  4. Dá até vontade de viver um amor destes! Não é?

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  5. valéria disse:

    Gostei, veio na hora exata!

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  6. Maria Aparecida B. Franzin disse:

    Que delicia viver o Amor maduro.

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